Em gravação, traficante afirma ter matado Amarildo para incriminar policial...

  

A revista Veja em sua versão Online informa que uma interceptação telefônica, atualmente em poder da Justiça, pode ajudar a Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio a ter pistas sobre o paradeiro do pedreiro Amarildo de Souza, de 42 anos, vítima do desaparecimento mais comentado atualmente no Brasil. A conversa foi gravada pelo setor de inteligência da 15ª DP (Gávea), e envolve o traficante identificado apenas pelo apelido de Catatau e um policial militar da UPP da Rocinha. 
O PM, chamado de Avelar, trabalhava infiltrado na quadrilha com autorização judicial. No diálogo, o traficante diz ter “matado o Boi” para fazer com que a culpa recaísse sobre este policial especificamente. Boi, segundo a polícia, é o apelido que Amarildo tinha entre os traficantes da Rocinha.

A reportagem do site de VEJA não teve acesso à gravação, feita em 17 de julho, quatro dias depois do início da operação Paz Armada, que resultou na detenção de mais de 30 suspeitos de tráfico. O delegado Ruchester Marreiros, responsável direto pelo trabalho de investigação e que na semana passada foi transferido de delegacia, recusou-se a falar especificamente sobre o que ele classifica como “ação controlada” (que no linguajar jurídico significa que o agente da lei estava infiltrado com aval do Ministério Público e de um juiz para receber dinheiro e parecer aliado do tráfico). 
Marreiros, no entanto, admite a existência da gravação e o teor do material. “Realmente existe o grampo em que esse Catatau liga para o ‘ação controlada’ e fala algo do tipo: ‘Aí, filho da p… Pegamos teu X-9 (informante). Matamos o Boi e vamos colocar na sua conta’. Boi, segundo as nossas investigações, era o apelido do Amarildo”, afirmou o delegado.
 
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