Cedida / Adriano Abreu (Tribuna do Norte)
Perdi as contas de quantas vezes encontrei Antônio Carlos em delegacias. A fama dele era tanta que quando uma quadrilha era presa, por exemplo, antes de mesmo de chegarem à delegacia, os presos já ligavam para o advogado ir encontrá-los na DP e acompanhar o procedimento em flagrante.
Em um desses encontros que tive com Antônio Carlos, no antigo prédio da Delegacia de Plantão da Zona Sul, na Cidade da Esperança, ele me relatava um fato inusitado. O advogado me disse que seu carro tinha sido arrombado em uma praia do litoral Norte e alguns objetos pessoais foram furtados.
Interessado em fazer uma matéria sobre a ocorrência, lembro que eu perguntei se ele havia registrado queixa. De imediato, Antônio Carlos me respondeu: “registrei nada, não posso fazer isso porque vai que quem realizou esse arrombamento é algum cliente meu”.
O próprio Antônio Carlos sabia e reconhecia a prática criminosa de muitos dos seus clientes, porém, como advogado criminal, seu trabalho era atuar na defesa dessas pessoas. Agora, só nos resta esperar que a investigação da Polícia Civil consiga elucidar esse caso e ele não fique sem solução como do também advogado Anderson Miguel, assassinado em 2011.
Portal BO, Thyago Macedo
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