Assaltar os vigilantes é a nova moda entre os bandidos que agem livremente na cidade...


Categoria relata que todas as semanas armas e coletes são levadas pelos criminosos na cidade

Presidente do Sindicato dos Vigilantes, Francisco Benedito, diz que categoria está sendo ameaçada por bandidos. Foto: Wellington Rocha
Presidente do Sindicato dos Vigilantes, Francisco Benedito, diz que categoria está sendo ameaçada por bandidos. Foto: Wellington Rocha
Diego Hervani
Repórter

Depois de assaltos a transportes coletivos, táxis e estabelecimentos comerciais, que aparentemente parecem ter sido “controlados” pela Polícia Militar e Civil, a nova “onda” dos criminosos em Natal é assaltar os vigilantes, profissionais que fazem a segurança de diversos locais na capital potiguar.
“Parece até uma coisa combinada. Os bandidos começaram roubando restaurantes, depois passaram para os transportes coletivos e depois para os táxis. Agora resolveram agir contra os vigilantes. Muitas vezes eles nem roubam o estabelecimento que os vigilantes estão fazendo a segurança. Os bandidos apenas pegam a arma e o colete à prova de balas”, afirmou Francisco Benedito, presidente do Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes do Rio Grande do Norte (Sindsegur-RN).
Segundo Benedito, apesar dos vigilantes estarem armados, os criminosos sabem que têm um “poder de fogo” maior do que as vítimas. “Os vigilantes armados utilizam um revólver calibre 38, com apenas cinco munições. Os criminosos geralmente agem, no mínimo, em duplas, o que dificulta ainda mais. Além disso, eles chegam com um armamento bem superior ao dos vigilantes. Eles assaltam com pistolas. Como é que o vigilante vai reagir, quando dois bandidos chegam apontando uma pistola para ele? Os criminosos ainda ficam ameaçando os vigilantes”.
Um dos casos mais recentes de assaltos contra vigilantes aconteceu no final do mês de agosto. O crime aconteceu no Centro de Estudos e Biblioteca Escolar Professor Américo de Oliveira Costa, que fica na Avenida Itapetinga, uma das mais importantes da Zona Norte. Segundo a PM, dois homens armados chegaram ao local e renderam o vigia, que estava na entrada do prédio. “Recentemente também tivemos um caso no Hospital Maria Alice Fernandes, que os bandidos renderam o vigia e levaram o colete e o revólver. Sempre acontece da mesma forma. Os vigilantes ficam ‘visíveis’ para os bandidos, que ficam só esperando o momento certo para agir”, destacou Benedito.
Sem saber o que fazer para acabar com essa situação, o presidente do Sindsegur-RN conta que tem se reunido com representantes do sistema de segurança do Estado, mas que não tem escutado boas respostas. “Recentemente eu participei de um fórum de segurança, onde foi falado que a situação no Estado está complicada no que diz respeito à segurança. Falamos para os vigilantes para que eles não reajam, que tentem manter a calma, pois o mais importante é se manter vivo. Mas se algo não for feito, vai chegar um momento que uma tragédia irá acontecer”.
Polícia Militar se dispõe a cooperar
A fiscalização sobre os vigilantes que trabalham em empresas de segurança regularizadas é de responsabilidade da Polícia Federal (PF). Apesar disso, a Polícia Militar, como responsável pelos trabalhos de ostensividade nas ruas, informou que está disposta a receber os vigilantes para discutir ações para inibir os criminosos. “Eu já fiquei sabendo de algumas situações que estão acontecendo com os vigilantes e estamos abertos a sugestões para podermos ajudá-los. Os representantes da categoria podem entrar em contato conosco o momento que eles quiseram para que possamos traçar estratégias e saber como podemos fazer um trabalho na intenção de inibir os bandidos”, destacou o coronel Francisco Araújo, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
De acordo com Araújo, uma das maneiras de prender os assaltantes que estão agindo contra os vigilantes é a Polícia Militar passar a ter um contato direto com a categoria. “Mesmo sendo contratados por empresas particulares, os vigilantes também fazem parte do sistema de segurança. Podemos passar para os vigilantes um contato direto com os oficiais de plantão de cada região para que os vigilantes possam entrar em contato caso aconteça alguma coisa ou alguma atividade suspeita esteja acontecendo”.
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