Mensaleiros’ reforçam pedido para afastar Barbosa...


Publicação: 03 de Maio de 2013 às 00:00


Brasília (AE) - Mensaleiros com papel-chave no esquema querem tirar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, da relatoria do processo que resultou na condenação de 25 réus acusados de envolvimento com o esquema de compra de votos no Congresso durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido deverá ser analisado pelo plenário da Corte, mas a expectativa é de que não seja aceito.
Luís MacedoJosé Genoino reclama do prazo de dez dias dado pelo STF para entrar com os recursosJosé Genoino reclama do prazo de dez dias dado pelo STF para entrar com os recursos

Delator do mensalão, o ex-deputado federal Roberto Jefferson pediu a saída de Barbosa um dia após o encaminhamento de um pedido idêntico pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, considerado pelo STF como o chefe do esquema.

O deputado federal Pedro Henry (PP-MT) também quer que o ministro Joaquim Barbosa deixe a relatoria do processo do mensalão. De acordo com o advogado do parlamentar, José Antonio Duarte Álvares, o substituto deve ser o ministro que ainda será indicado pela presidente Dilma Rousseff. “Regimentalmente, ele (Barbosa) deve ser substituído”, afirmou.

Ramon Hollerbach, ex-sócio do publicitário e operador do esquema Marcos Valério Fernandes de Souza, e o ex-dirigente do Banco Rural José Roberto Salgado também defendem a saída de Barbosa.

Vaga

Para Jefferson, Barbosa deveria deixar a relatoria porque tomou posse na presidência do Supremo, em novembro. No lugar dele deveria ficar o ministro ou ministra que ainda não foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para a vaga aberta em novembro com a aposentadoria de Carlos Ayres Britto. Se a sugestão fosse aceita, provavelmente haveria um atraso no julgamento dos recursos.

“A posição de presidente é incompatível com a relatoria”, sustenta Hollerbach. “O regimento interno (do STF) somente autoriza a cumulação (do cargo de presidente com a relatoria) excepcionalmente, quando o processo já está pronto para julgamento”, disse.

Já o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado a mais de 9 anos, questiona penas fixadas e pede que a Corte esclareça a metodologia usada para decretar a perda dos mandatos dos parlamentares. Além das eventuais penas de reclusão e prisão, os quatro congressistas considerados culpados pelo STF terão de deixar os seus cargos.

Nesta quinta-feira foi o final do prazo de 10 dias para os recursos dos mensaleiros. Em geral, os condenados afirmam que a decisão publicada oficialmente pelo STF tem contradições, omissões e obscuridades e, portanto, pedem redução de penas e até absolvição. Com isso, tentam na prática um novo julgamento.

Tribuna do Norte
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